A dupla de arquitetos de Dubai, Islam El Mashtooly e Mouaz Abouzaid, em parceira com Steven Velegrinis, Drew Gilbert e Abdelrahman Magdy, está apresentando “LifeLines”, um projeto de desenvolvimento urbano sustentável para a cidade de Cairo, no Egito. A equipe internacional de arquitetos, pensando o futuro da cidade egípcia, defende a ideia de reaproximar a cidade com seu passado através do resgate de uma série de infraestruturas históricas, como um aqueduto que atravessa o centro da cidade. A água seria o principal elemento catalizador do desenvolvimento urbano, econômico e social e sustentável da capital.
O antigo aqueduto será o elemento gerador do projeto, uma "linha da vida" que atravessa todo o centro de Cairo, conectando o seu passado com o seu futuro. A histórica estrutura será transformada em um novo parque linear que preserva a história do lugar e aponta em direção ao futuro. O parque da cidadela ou “hadiqat alqalea”, atravessará o parque do aqueduto conectando-o ao tecido urbano no centro da cidade. Este dois elementos, em conjunto, serão responsáveis por promover o uso democrático do espaço, reaproximando espaços esquecidos da cidade a seus moradores. O parque arqueológico é uma espécie de organismo vivo, o qual revela continuamente os segredos do passado, do palimpsesto que é a cidade de Cairo.
Depois de estabelecido, o "LifeLines" naturalmente começaria a se expandir através do denso tecido urbano do centro da cidade. Pequenos pátios, elementos característicos do urbanismo local, funcionariam como células conectadas ao parque linear acessíveis aos pedestres através das “Sikkas”, uma rede de percursos caminháveis que atravessam a cidade. Edifícios garagens seriam implantados no subsolo da cidade, devolvendo a maior parte do espaço urbano para os pedestres, assim como foi ao longo dos seus mais de cinco mil anos de história.
A arquitetura que redefiniria a paisagem da Cairo do século XXI seria construída majoritariamente em estruturas de madeira laminada colada, provando a sustentabilidade do modelo uma vez que a origem da matéria prima encontra-se muito perto dali, no vale do rio Nilo. Até um 25% da energia seria produzida no local através de sistemas fotovoltáicos, além da captação de água da chuva para suprir parte da demanda do distrito.
Partes do parque linear abrigariam um campo de cultivo de culturas alternativas, produzindo alimentos frescos para abastecer parte da demanda local. Em cada subdistrito, outras estruturas verticais forneceriam até 6000 metros quadrados de áreas cultiváveis, produzindo até 850 mil quilos de alimentos frescos todos os anos.